ATA DA
CENTÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 19-10-2016.
Aos dezenove dias do mês
de outubro do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas
e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, na qual registraram presença
Adeli Sell, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Fernanda Melchionna, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Mauro Pinheiro,
Márcio Bins Ely, Paulo Brum, Rodrigo Maroni e Tarciso Flecha Negra. Constatada
a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, registraram presença Airto Ferronato, Delegado Cleiton, Dinho
do Grêmio, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, José Freitas, João Bosco
Vaz, Luciano Marcantônio, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Zacher, Mendes
Ribeiro, Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Valter Nagelstein
e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 026/16 e Projeto de Lei do Legislativo nº 133/16 (Processos nos
2162 e 1396/16, respectivamente), de autoria de Valter Nagelstein. Após, foi
apregoado o Ofício no 878/16, do Prefeito, comunicando o
cancelamento de viagem notificada no Ofício 872/16. Também, foi apregoado
Requerimento de autoria de Adeli Sell (Processo Eletrônico nº 04939/16),
deferido pelo Presidente, solicitando autorização para representar externamente
este Legislativo, no dia quatro de novembro do corrente, em reunião-almoço
conjunta especial da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande
do Sul – ABIHRS – e da Associação Brasileira de Empresas de Eventos do Rio
Grande do Sul – ABEOC –, em Canela – RS. A seguir, o Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Fernando Antonio de Mello Prati, Presidente do
Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 5ª Região, que
discorreu sobre a melhoria da qualidade de vida da população. Em continuidade, nos termos do artigo 206
do Regimento, Adeli Sell, Fernanda Melchionna, Paulo Brum, Lourdes Sprenger,
Tarciso Flecha Negra, Guilherme Socias Villela, Márcio Bins Ely, Paulinho
Motorista, Sofia Cavedon e João Carlos Nedel manifestaram-se acerca do assunto
tratado durante a Tribuna Popular. Os trabalhos foram suspensos das quatorze
horas e quarenta e seis minutos às quatorze horas e quarenta e sete minutos.
Após, foi apregoado o Ofício nº 873/16, do Prefeito, encaminhando o Projeto de
Lei do Executivo nº 025/16 (Processo nº 2269/16). Em COMUNICAÇÕES,
pronunciou-se Valter Nagelstein. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se Valter
Nagelstein. Em
PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do
Executivo nº 025/16, discutido por Sofia Cavedon e Adeli Sell. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se Sofia Cavedon, Fernanda Melchionna, Valter Nagelstein e
Fernanda Melchionna. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 103/12; em 2ª Sessão, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 206 e 221/16. Durante a Sessão, Valter Nagelstein, Sofia Cavedon, Fernanda
Melchionna e Adeli Sell manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Também,
foi registrada a presença de Fabio Leal, vereador de Eldorado do Sul – RS. Às
quinze horas e cinquenta e um minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os vereadores para a próxima sessão ordinária. Os trabalhos foram presididos por Cassio
Trogildo e Delegado Cleiton e secretariados por Paulo Brum. Do que foi lavrada
a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º
Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Passamos à
A
Tribuna Popular de hoje terá a presença do Conselho Regional de Fisioterapia e
Terapia Ocupacional da 5ª Região, que tratará de assunto relativo à história e
avanços desses profissionais para a melhoria da qualidade de vida da população.
O Sr. Fernando Antonio de Mello Prati, Presidente, está com a palavra, pelo
tempo regimental de 10 minutos.
O SR. FERNANDO
ANTONIO DE MELLO PRATI: Cumprimento o Ver. Paulo Brum, Ver. Cassio
Trogildo, estendo meus cumprimentos aos Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras e a
esta plenária. Mais uma vez, nós estamos ocupando esta tribuna para trazer uma
mensagem à população de Porto Alegre. Desta vez, confraternizando-nos,
compartilhando a nossa alegria pela época da regulamentação das profissões de
fisioterapia e de terapia ocupacional, por conta do Decreto-Lei nº 938, de
1969, publicado no Diário Oficial da União, em 13 de outubro do mesmo ano.
Vejam, senhoras e senhores, que o nosso papel, enquanto Conselho, não é tão
diferente do papel desta Câmara Municipal, ambos temos alguma coisa em comum,
que é servir à sociedade. E o nosso serviço é amplo e, de fato, prima pela
qualidade da assistência de saúde no campo da fisioterapia e da terapia
ocupacional. Nossa história no Brasil é de muita luta, e aqui eu não poderia
deixar de fazer jus a dois nomes que contribuíram muito para a regulamentação
da profissão de fisioterapia e, o outro, de fisioterapia ocupacional, nomes
gaúchos, o ex-Ministro Arnaldo Prieto, que foi, sem sombra de dúvidas, um dos
artífices, na época, para a regulamentação dessas duas profissões. E um
fisioterapeuta, já não presente entre nós, Dr. Vladimir Ribeiro de Oliveira,
que foi um dos grandes fisioterapeutas deste Estado. Agradeço a oportunidade,
em nome dos 250 mil fisioterapeutas do Brasil, dos 13 mil fisioterapeutas do
Rio Grande do Sul e dos 3.500 fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais de
Porto Alegre. Nós estamos, ao longo desses anos, fazendo o nosso trabalho,
contribuindo para que a nossa população tenha, de fato, a melhor qualidade da
assistência nos campos da fisioterapia e da terapia ocupacional. E os fisioterapeutas,
independentemente do que possam pensar, buscam resgatar o individuo a sua
condição funcional. Muitas das vezes, e digo sempre, só o remédio não é
suficiente para resgatar o indivíduo, mas, senão, todo um trabalho de
recomposição das suas funções, para que ele possa ser novamente um indivíduo
útil e produtivo. Vejam os senhores, hoje de manhã, uma das grandes discussões
que estamos ouvindo na mídia, é a questão das aposentadorias por invalidez,
que, muitas delas, não estão corretas como deveriam ser. Muitas dessas pessoas
têm condições funcionais para exercer uma profissão, se não a sua profissão,
condições de serem treinados para outra profissão. Os fisioterapeutas e também
os terapeutas ocupacionais seriam profissionais imprescindíveis para fazer essa
análise, e não só o simples atestado de um único profissional dizendo que sim
ou que não.
E vamos além, Sr. Presidente, nós – a população
gaúcha – estamos perdendo aqui muito a nossa história de percussores da saúde
do Rio Grande do Sul. Nós temos aqui, na Av. Bento Gonçalves, o Centro de
Reabilitação Profissional do INSS, jogado às traças, inoperante, sem mão de
obra qualificada, uma estrutura física magnífica e não sendo aproveitada. Eu
gostaria de deixar registrada aqui a nossa preocupação em compartilhar também
com os novos Vereadores e Vereadoras esta preocupação: está havendo uma
tentativa hercúlea entre o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e algumas entidades
interessadas, em reativar o Centro de Reabilitação Profissional do INSS, ali na
Av. Bento Gonçalves. E aqui eu faço um apelo aos senhores e às senhoras, para
que também se somem a essa preocupação e venham conosco trabalhar para reativar
aquele Centro de Reabilitação, que muito fez na história do Rio Grande do Sul,
na história de Porto Alegre em termos de resgate da dignidade das pessoas para
que elas possam e pudessem ter de volta os seus trabalhos, para que elas
pudessem ter, para si, a condição e a qualidade de vida necessária para cada
um, para cada cidadão.
A nossa história, Sr. Presidente e Vereadores,
tem sido, como eu disse, de muitas lutas. Os fisioterapeutas, muitas vezes, não
tão compreendidos no seu fazer e no seu labor, têm sofrido, em alguns momentos,
alguns ataques no Congresso Nacional, através de projetos que não têm interesse
nenhum social, muito pelo contrário, interesses mais corporativistas do que os
interesses sociais. Nós temos reagido a isso, e, felizmente, todas as
tentativas que foram impostas à sociedade pelos interesses não comunitários,
pelos interesses não sociais, foram cerceados, e hoje, mais uma vez, algum
tempo atrás, arquivou-se um desses projetos. Lembro aos senhores e às senhoras
que a nossa expectativa de vida tem aumentado; em 2025, nós seremos
aproximadamente 25% da população brasileira com mais de 60 anos de idade. E
isso é uma preocupação muito grande, porque nós deveremos ter pessoas
capacitadas fisicamente, socialmente e intelectualmente, e não deixar que a
idade tome conta desses valores que são muito importantes para nós.
Discute-se aí a reforma da Previdência, e é
importante que haja essa reforma, mas, principalmente, é importante que a
própria Previdência, o próprio gestor facilite para que as pessoas continuem a
exercer uma profissão, continuem a exercer o seu papel dentro da sociedade.
Então nós não podemos admitir, daqui a alguns anos – e 2050 está aí, está
próximo de nós –, que nós tenhamos uma população de idosos sem a devida
assistência a eles. E não falo só na questão social, mas principalmente na
questão física, na questão da saúde.
Nós estamos aqui, Presidente, Vereadoras,
Vereadores, para fazer o nosso papel, para contribuir com toda essa evolução
que nós estamos vendo por aí. Eu deixo também para os senhores e senhoras algum
material que nós produzimos recentemente. Como eu disse, agora, no dia 3 de
outubro, quando comemoramos o momento da nossa regulamentação, nós fizemos aí
uma sobrecapa do jornal Correio do Povo com uma síntese do trabalho do
Conselho. Nós estamos, agora, também dialogando com as futuras gerações, e
criamos um gibizinho com uma linguagem a que as crianças possam ter acesso;
criamos dois super-heróis, um superfisioterapeuta e uma superterapeuta
ocupacional, heróis que combatem a dor, a depressão, a contratura, a
indisposição. Enfim, estamos mostrando para essas futuras gerações que nós
estamos aqui, que nós temos um papel a cumprir e que, com certeza, nós
haveremos de assim o fazer.
Não quero me delongar mais. Agradeço a
oportunidade. Coloco à disposição dos nobres Vereadores o nosso Conselho,
coloco à disposição dos nobres Vereadores o nosso trabalho, e, sempre que
solicitados, estaremos dispostos e disponíveis para contribuir com aquilo que
for melhor para a população de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Convido o Sr. Fernando Antonio de Mello Prati a fazer parte da Mesa.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI
SELL:
Caro Presidente, meu caro Fernando, parabéns ao Crefito 5; acho extremamente
importante que tenhamos esta explicação técnico-institucional. Gostaria que no
início do ano que vem pudéssemos ter, com a nova Legislatura, a presença
novamente aqui, quem sabe na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, pois precisamos
ter a mais ampla divulgação, já que encontramos exatamente essa confusão que o
senhor explicou há pouco aqui sobre as diversas profissões. Há lugar para tudo
e para todos, desde que trabalhando dentro das normas legais, como o fisioterapeuta,
o terapeuta ocupacional que estão devidamente registrados, chancelados como
profissão em nosso País; portanto, vida longa ao Crefito 5 e que o senhor e a
sua diretoria possam voltar a esta Casa, para que façamos exatamente uma ampla
divulgação de utilidade pública.
Para concluir quero dizer que é fundamental,
hoje, no mundo do trabalho inclusive, a recuperação de pessoas que sofrem
sequela durante o trabalho, seja a mais banal na área da tecnologia da
computação, como a que acomete os que mexem com máquinas ou usam a força
braçal. Portanto, é extremamente importante que possamos ter esse diálogo nesta
Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Obrigado, Ver. Adeli. A Ver.ª Fernanda
Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA:
Obrigada, Presidente. Queria cumprimentar também o Sr. Fernando, Presidente do
Crefito 5, em meu nome e em nome da Bancada do PSOL e nos colocar à disposição
para essa demanda justa e legítima do retorno do Centro de Reabilitação
Profissional - CRP que vocês têm encabeçado a partir do Conselho, a partir da
luta dos fisioterapeutas, dos terapeutas ocupacionais. Certamente a Câmara de
Vereadores pode ser muito parceira nesta luta por um importante espaço para
proteger os trabalhadores e trabalhadores do nosso Estado e da nossa Cidade,
garantindo seus diretos; agradecer também a explanação sobre a profissão –
temos a compreensão de que a saúde é multidisciplinar, que todos os atores são
fundamentais para desenvolver uma saúde preventiva, e também, quando já está
feita a lesão, uma saúde que atue nesse sentido. A minha experiência pessoal
com os fisioterapeutas é a melhor possível, pois quem tem ou teve hérnia de
disco sabe a importância do profissional fisioterapeuta para nos ajudar a
reverter um quadro de dor e de sofrimento. Ficamos muito preocupados porque
precisamos melhorar e garantir a ampliação do SUS e do atendimento à população.
Muitos ficam com incapacidade permanente diante da dificuldade de conseguir
atendimento com as especialidades, seja ortopedia ou outra do Sistema Único
Saúde, precisamos garantir o direito da nossa população. E nós vemos que o
profissional fisioterapeuta e terapeuta ocupacional são fundamentais também nesse
papel na vida de milhares de porto-alegrenses que precisam desse atendimento
pleno em saúde. Então nos colocamos à disposição nessas lutas do Município
dizendo que nós temos muito receio com a reforma da previdência, que não venha
para retirar direitos e aumentar a idade mínima, como infelizmente tem sido
propalado pelo Governo Temer. Estaremos resistindo, defendendo os direitos dos
trabalhadores e trabalhadoras. Parabéns pela luta do Crefito 5, contem conosco
para o que for necessário para as lutas legítimas da categoria.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Paulo Brum está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. PAULO
BRUM: Sr.
Presidente, Ver. Cassio Trogildo; em nome da minha Bancada, do PTB, quero
cumprimentar o Sr. Antonio de Mello Prati, e quero dizer a V. Sa. que eu sou um
exemplo da importância do fisioterapeuta em minha vida. Eu sou um acidentado,
vítima de acidente de carro, e, se não fosse a ajuda que tive dos
fisioterapeutas, com certeza, hoje eu não estaria aqui nesta Casa, pelo carinho
e dedicação. Para vocês terem uma ideia, a primeira vez que fiquei em pé, após
três anos do meu acidente, uma fisioterapeuta me amarrou a uma escada –
imaginem os senhores, há 40 anos, as dificuldades que havia, tecnologia zero,
era a base do amor e do carinho. Então, eu devo a minha vida, devo a pessoa que
sou hoje a toda dedicação e a toda preparação que os técnicos e fisioterapeutas
depositaram na minha recuperação. Quando o senhor fala também na questão do CRP
da Av. Bento Gonçalves, em 1980 – eu também sou um reabilitado – passei pelo
CRP, fiz minha recuperação física, fiz também profissionalização na época, já
encaminhado por esse Centro. Portanto, quero me colocar à disposição, penso que
a nossa Presidente da Comissão de Saúde da Câmara, a Ver.ª Lourdes, possa
também agendar, quem sabe, a participação do conselho junto com nossa Comissão
para que possamos rever e lutar para que esse CRP volte a funcionar aqui em
Porto Alegre e no Estado. Contem comigo, vida longa e muito obrigado aos
fisioterapeutas.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Obrigado, Ver. Paulo Brum. A Ver.ª Lourdes
Sprenger está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr.
Presidente; Sr. Fernando Antonio de Mello Prati, Presidente do Conselho de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Para nós, esse parece ser um assunto mais
novo, nós nos referimos a todos como fisioterapeutas. Realmente, quando se
encontra um bom fisioterapeuta, com dedicação, quando estamos em uma situação
de saúde abalada por hérnias de disco, como já falou a Ver.ª Fernanda, e, hoje,
com a vida sedentária que temos, é uma profissão que veio para auxiliar e muito
a sociedade, as pessoas que precisam de reabilitação, como mostra o número
significativo de acidentes por motos, cujo índice está cada vez mais elevado.
Eu tive a oportunidade de visitar o centro onde seriam atendidos os jogadores
da Copa, com exigências internacionais, exigência também para o profissional em
saber lidar com a tecnologia, com a parte computacional, com isso a
fisioterapia evolui cada vez mais.
Quero dizer, em nome da Bancada do PMDB, que
estamos aqui para avaliar as suas solicitações e apoiar estas categorias as
quais o senhor está aqui representando. Parabéns.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sr. Presidente, quero cumprimentar e parabenizar o Sr. Fernando, em nome
do PSD, em meu nome, conte com essa demanda, conte com a gente no ano que vem,
vamos lutar por isso. Eu fico emocionado quando falo de fisioterapia. Eu tive
lesões, por 15 anos, quando comecei pelos gramados do mundo, e às vezes parecia
que não me recuperaria mais. A última que tive foi na terceira vértebra, eu
teria que parar de jogar futebol, e não teria sido Campeão da América, Campeão
do Mundo, mas, com a ajuda de grandes médicos e de fisioterapia, eu voltei para
ser Campeão do Mundo. Então, eu sabia que, lá na frente, alguma coisa, algum
presente deste corpo que tanto correu pelo mundo eu iria dar para a
fisioterapia. E estou aqui, presente, estou na luta com vocês, contem com a
nossa Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude – CECE – Ver.
Reginaldo Pujol, Ver. Dinho do Grêmio, Ver. Pablo e Ver.ª Sofia Cavedon –, nós
estamos aqui presentes, vamos visitá-los para que isso tudo aconteça, porque a
fisioterapia é saúde. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Guilherme Socias Villela está com a palavra, nos termos do art.
206 do Regimento.
O
SR. GUILHERME SOCIAS VILLELA: Com sua licença, Presidente desta Câmara, vou
dirigir poucas palavras rapidamente para o
Sr. Fernando Antonio de Mello Prati, para dizer que eu distribuí isso num
encarte, que foi capa do jornal Correio do Povo, no dia 13 de outubro, para a
Clínica Zereu, na qual eu estava fazendo um tratamento, por sinal, de limpeza
de pulmão. Mas não é por isso que estou saudando-o, faço isso em nome do
Partido Progressista: em nome do Ver. Kevin Krieger, do Ver. João Carlos Nedel,
em meu próprio, para dizer a V. S.ª que congratulamos com o conselho e nos
colocamos à sua inteira disposição. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Sr.
Presidente, também quero fazer uma saudação ao Sr. Fernando Antonio de Mello
Prati, Presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da
5ª Região, cumprimentá-lo pela iniciativa de fazer um diálogo com a sociedade,
através da iniciativa de publicizar o Dia do Fisioterapeuta nos veículos de
grande circulação, acho que é importante essa interlocução de valorização
profissional. Parabéns a ti e a tua diretoria. Quero parabenizá-lo por esse
material também que traz, de maneira muito Lúcia, as atribuições legais e as
competências do Conselho, e também, de maneira muito inteligente, essa revistinha.
Quero trazer aqui um abraço muito fraterno da Bancada do PDT, meu partido, o
qual lidero com muita honra nesta Casa. Falo em nome dos Vereadores Delegado
Cleiton, Mauro Zacher, João Bosco Vaz e este Vereador. E quero dizer que
realmente nós temos um grande desafio. Acho que o exercício legal e o
acobertamento do exercício legal deve também ter um desafio grande que enfrenta
esse Conselho, assim como o Conselho dos Corretores de Imóveis, do qual
participo. Mas lhe desejamos vida longa e o cumprimentamos pelo trabalho de
sucesso. E parabéns pelas iniciativas e pela forma propositiva como tem feito a
interlocução com a sociedade civil organizada. Cumprimentos e vida longa, em
nome da Bancada do PDT.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Paulinho Motorista está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PAULINHO
MOTORISTA: Boa
tarde, Sr. Presidente; Sr. Fernando, Presidente do nosso Conselho. Eu estava
atento às suas palavras e, algumas vezes, já falei aqui sobre a importância da
fisioterapia. Hoje em dia, as pessoas procuram por fisioterapia não só devido a
acidentes, mas também por doenças como o AVC, para recuperar os movimentos. Eu
acompanho bastante essas situações, às vezes, com família, às vezes, com
amigos. Eu já peguei o hábito de falar, a pessoa faz uma cirurgia: “O meu braço
está duro, a minha perna não se mexe mais”, eu digo assim: “Depois tem a
fisioterapia, com isso vai voltar os movimentos”. O médico faz a cirurgia – o
senhor mesmo sabe – para sanar aquele ferimento, aquela fratura, e, após isso,
a fisioterapia é tudo para que a pessoa volte a ter os movimentos naturais. Eu
estou falando em meu nome, em nome do meu grande parceiro Airto Ferronato, do
PSB. Estamos à sua disposição, o PSB está à sua disposição, a nossa Câmara está
à sua disposição. Muito obrigado pela sua presença hoje, que nos deixa cada vez
mais alegres. Aguardamos que muitas pessoas que acompanham a sua fala vão fazer
fisioterapia. Às vezes, a pessoa diz assim: “Não adianta mais, eu não vou
fazer. É xarope ir todo o dia lá fazer fisio”, mas, se a pessoa não fazer, com
certeza ficará com um braço duro, com uma perna dura. O AVC mesmo deixa a
pessoa com um lado do corpo paralisado, e a fisioterapia vai ajudar. Eu sei de
pessoas que voltaram a ter os movimentos naturais, normais através da
fisioterapia. Um grande abraço, Sr. Fernando Parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento, pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Obrigado, Presidente. Aqui, com a permissão dos
três partidos – PCdoB, PT e PSOL –, venho dizer que esta data tem que ser
celebrada. A sua presença traz a história e também as lutas que acompanham a
fisioterapia, que é a alma gêmea, parente próxima da educação física, são áreas
ainda desprestigiadas não só pelo Sistema Único de Saúde, mas também pelos
planos de saúde como algo que talvez não seja tão necessário. Acho que os
depoimentos foram muito bonitos, como a fisioterapia representa a recuperação
da qualidade de vida, da possibilidade de vida.
Eu quero chamar atenção de algumas das pautas,
dizer que nós as fortalecemos. Sobre o tema do Centro de Reabilitação, quero
dizer que tivemos aqui, em vários momentos, fóruns das pessoas com deficiência.
Em vários momentos, esta Casa, por diferentes Comissões, levantou esse tema. E
como é difícil, parece que tem algo que empaca, mas é uma demanda enorme da
cidade de Porto Alegre exatamente pelo desprestígio, por uma medicina centrada
no médico, acho que aqui a luta está correta na questão do ato médico, do
reconhecimento do conjunto das profissões.
Nós escrevemos e aprovamos aqui nesta Casa um
capítulo para o Código Municipal de Saúde, Atenção em Saúde para a pessoa com
deficiência. Ali, o profissional é reconhecido em todas as etapas, desde o
diagnóstico precoce até a recuperação, a reabilitação. Eu creio que nós temos
que tornar viva esta legislação, que é uma lei municipal. Estamos à disposição
nas nossas bancadas, nas Comissões. Este tema é muito preventivo de outras
doenças. É uma dimensão humana, que, desprestigiada, resulta no medicamento e
em má qualidade de vida.
Parabéns ao Conselho por esta visão de não ser
apenas um fiscalizador do profissional, mas por estar lutando pelo espaço de
trabalho, pelo seu reconhecimento e pela sua valorização. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; ilustre Sr. Fernando Prati, eu
queria lhe agradecer pela sua presença e lhe pedir que o senhor venha mais
seguido aqui trazer informações e, inclusive, orientações para os Vereadores,
mas eu queria quebrar um pouco o protocolo para, em seu nome, agradecer à minha
fisioterapeuta Gabriela Fonseca por estar me curando da minha dor forte no
ombro.
Queria também homenageá-lo, porque o senhor está
muito bem assessorado por outra Gabriela, a Gabriela Carpes, que está aqui
conosco. Meus cumprimentos. Venha sempre a esta Casa.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Agradecemos a presença
do Sr. Fernando Antonio de Mello Prati, Presidente do Conselho Regional de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 5ª Região. Seja sempre bem-vindo a esta
Casa.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h46min.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 14h47min): Estão
reabertos os trabalhos.
Apregoo o Ofício nº 873/16, do Prefeito, Sr. José
Fortunati, que encaminha à apreciação desta Casa o PLE nº 025/16.
Passamos às
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra
em Comunicações (Pausa.) Desiste. O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Mauro Zacher está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Paulo Brum está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra em
Comunicações e, depois, prossegue em Comunicação de Líder.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, senhoras e senhores; eu quero fazer dois relatos, aqui, no período
de Comunicações. Muito rapidamente vou tentar cobrir os dois assuntos. O
primeiro deles diz respeito a um evento que nós tivemos na Câmara anteontem à
noite, a pedido da Região 1 do Conselho do Plano Diretor. O Conselho do Plano
Diretor é o conselho mais antigo de Porto Alegre, ele data de 1937. Ele é
composto por 31 ou 32 cadeiras, eu não me lembro exatamente, das quais oito
cadeiras são de conselheiros eleitos pela Cidade. No ano passado, quando eu era
Secretário de Urbanismo e, por força de ser Secretário de Urbanismo, Presidente
do Plano Diretor, nós tivemos eleições, Ver. Cecchim, e foram as maiores
eleições do Conselho do Plano Diretor. Só na Restinga, por exemplo - eleições
que são voluntárias, as pessoas vão lá para votar, se querem -, nós tivemos
1.000 votantes na eleição do conselho. Todo processo que se submete a um EVU,
que é o Estudo de Viabilidade Urbanística, precisa passar pelo Conselho do
Plano Diretor; depois que o EVU é aprovado na Cauge, que é a instância dos
técnicos da prefeitura, onde têm assento todas as Secretarias: Urbanismo, DEP,
DMAE, EPTC, enfim, todas as instâncias que possam, de alguma forma ou de outra,
ter interferência com relação às questões urbanísticas. Depois de aprovado o
EVU, ele vem para o Conselho do Plano Diretor para receber o que a gente chama
de chancela social, que é o exame dos cidadãos da Cidade eleitos para isso e
dos órgãos técnicos que têm afinidade com o tema do planejamento urbano e que
têm assento no conselho também. O conselheiro da Região 1, por exemplo – eu
estou falando aqui da revitalização do Cais do Porto –, tem direito, tem a
prerrogativa de pedir vista desse processo. Ele pediu e trouxe para discutir
com a sua região, e foi feito aqui na Câmara de Vereadores. Então, nós podemos
todos aqui, mais uma vez, observar, Prefeito Villela, a apresentação da
arquiteta do projeto a respeito da revitalização do Cais, que deve se iniciar
em breve, cuja primeira etapa é o restauro dos armazéns, que são protegidos
tanto pelo Patrimônio Histórico municipal quanto pelo Patrimônio Histórico
Nacional. O que nós podemos ver é que nós vamos, enfim, voltar a ter a
convivência do porto-alegrense com a área do cais, que eu imagino que vá se
somar à revitalização da orla, que já iniciou a sua primeira etapa aqui da
Usina do Gasômetro até a Rótula das Cuias; depois, numa segunda etapa, será até
a altura do museu Iberê Camargo. Então, teremos uma outra orla na nossa Cidade,
e estamos caminhando naquilo que acredito, e acredito piamente, porque fui,
ainda no primeiro mandato aqui, Sr. Presidente, guindado à condição de
Presidente da frente parlamentar pela revitalização do cais, na qual aprovamos
inclusive o regime urbanístico que vige ali e que permite essa requalificação:
que Porto Alegre possa, enfim, fazer o resgate dessa área tão importante. Está
aqui o Prefeito Villela, que foi quem criou o Parque Marinha do Brasil, e hoje
nós temos essa maravilha que a gente pode frequentar nos finais de semana, e eu
diria que é um dos lugares mais bonitos da Cidade. Quem vai ali, Ver. Delegado
Cleiton, passando pelo Viaduto Abdias do Nascimento – essa denominação foi
conquista sua –, se depara com um cenário maravilhoso de Porto Alegre, com o
nosso Beira-Rio de um lado, nosso morro Santa Teresa de outro e com esse
manancial maravilhosos que é o nosso Guaíba. Que bom que nós estamos, cada vez
mais, nos aproximando disso.
A audiência pública foi pautada por algumas
polêmicas, como sempre há aqui em Porto Alegre, sempre tem pessoas que se
opõem, por exemplo, à questão dos empreendimentos privados comerciais ali, mas
eu sempre me reporto à cidades que são referências no mundo nessa questão, como
Barcelona, na Espanha. Todo mundo fala do urbanismo de Barcelona – nós estamos,
inclusive, revitalizando o 4º Distrito com o apoio e a parceria de Barcelona –,
e há um empreendimento comercial, Ver. Cecchim, em Barcelona, na ponta da La Rambla,
dentro do mar, no porto de Barcelona, portanto é uma falsa polêmica essa que se
estabelece.
Está também em votação a questão da
revitalização do Pontal do Estaleiro. O Pontal do Estaleiro me parece que é o
exemplo mais cristalino de como nós podemos avançar nas coisas e fazer a
revitalização da orla ou como nós podemos optar pelo mato e pelo atraso. É
óbvio que nós gostamos de mato e de natureza, mas o mato tem que ser preservado
onde é mato; os espaços urbanos devem ser qualificados, e é isso que eu desejo.
O Sr. Idenir
Cecchim:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Valter, V. Exa., como
eu, tem esse pensamento já difundido. Espero que mais gente, que mais
Vereadores se somem a isso para enfrentarmos esse atraso, esse verdadeiro atraso.
As pessoas, lá fora, não entendem por que as obras em Porto Alegre demoram
tanto: é por isso. Alguns de nós, Vereadores, aqui dentro, assim como muitas
pessoas lá fora, queremos o progresso, queremos embelezar a Cidade, queremos
deixar a Cidade bonita sem prejudicar o meio ambiente. Isso não prejudica em
nada. No mundo todo, as orlas são bem tratadas e as árvores estão nos seus
lugares. Acho que, com isso, todos nós concordamos. Parabéns por levantar esse
assunto e por se dedicar a defender as ideias do progresso!
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Obrigado,
Ver. Cecchim. É verdade, é isso mesmo. Todas as cidades do mundo, que se prezam
desenvolvidas, fizeram isso. E não pode haver esse preconceito com relação a
privado.
Eu era Secretário da SMIC, assim como o Ver.
Idenir. Quando, por exemplo, estragava uma escada rolante do Mercado Público,
por força das amarrações da lei, que nós temos, nós levávamos 90 dias para
consertar, porque tem que ver a Lei nº 8.666, que trata das licitações. Então
esses equipamentos têm que ter a agilidade da lógica da iniciativa privada. É
obvio que eles têm que ser públicos, é óbvio que eles têm que estar abertos ao
público. Essas obras vão gerar emprego, vão gerar investimento, vão gerar
qualificação de espaços urbanos que estão abandonados, que estão degradados, e
nós precisamos avançar para isso. É imperioso! Porto Alegre fica nesse
marca-passo, nesse vai e vem, vai e vem e não avança, e nós estamos lutando
aqui para avançar!
Eu quero ainda, Sr. Presidente, neste segundo
tempo que me resta, relatar um episódio bastante triste que envolve, inclusive,
preconceitos. Um professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, useiro
e vezeiro em fazer adjetivações e acusações – inclusive, eu vou tomar as
medidas judiciais para isso –, me chamou de nazista. Olha, quem me conhece,
quem conhece a minha origem familiar, quem ouviu por centenas de vezes as
minhas posições, sabe que eu nunca defendi uma ideia de ódio. Sou autor aqui da
lei que torna obrigatório o ensino do Holocausto; sou um libertário, um liberal
nesse aspecto. Eu acho que as pessoas fazem da sua vida aquilo que querem. Só
alguém, Ver. João Bosco Vaz, que conhece os meus pais, que conhece a minha
família, muito mau caráter para vir em qualquer espaço público e dizer, como
disse essa pessoa, que eu sou conhecido, no meio de um determinado partido
aqui, como “Nazelstein”. Eu até reproduzo isso aqui porque é vergonhoso. Eu –
de novo – defendo a legalidade, tenho posição, sim, legítima, a favor da livre
iniciativa, de ter menos Estado, de ter mais liberdade. Mas liberdade com
ordem, com responsabilidade, com punição a quem faz coisas erradas, com punição
à corrupção. Mas vem alguém à mercê dos seus interesses e das suas
conveniências políticas para difamar a pessoa? Essa é a política mais baixa que
pode existir partindo quanto mais ainda de um professor que se diz pós-doutor
da universidade federal! Ele virou um fanático! Isso é uma espécie de sala de
espelhos, ele quer projetar no outro o que ele é! Isso tudo vem no corpo, no
espírito da questão do projeto escola sem partido. E de novo: não é escola sem
política, Ver. Nedel! Ela deve, sim, ser crítica; deve ter política. Ninguém
duvida disso. Mas ninguém duvida também que 99,9% dos sindicatos de professores
foram dominados por uma ideologia, monoliticamente! Todos nós sabemos, até as
pedras da Rua da Praia sabem! Todos nós sabemos que 99,9% dos grêmios
estudantis também são dominados por uma determinada ideologia! Que cada um
tenha a sua, ótimo! É da natureza do processo, é do Estado e é da democracia! O
que não podemos é levar isso para a cátedra, para dentro da sala de aula,
influenciar o jovem estudante com as nossas convicções pessoais ou com as
nossas ideologias, como se faz! Nós temos que respeitar os pais e temos que
respeitar aquilo que a Constituição estabelece como cláusula pétrea que é a
liberdade de consciência. Mas têm pessoas que não têm pudores! Quem estuda
Ciência Política sabe e o que é o gramscismo! E aqueles que acham que isso não
importa, que isso não vale, não conhecem a história política, não conhecem o
que Lenin chamava de “idiota útil”. Desculpem a expressão rude, mas era assim
que Lenin identificava aqueles que não compreendiam como o processo histórico
avançava e se colocavam ingenuamente sem fazer oposição ao que precisava ser
feito. Volto a dizer: oposição democrática, legítima, de grupos ou divisões
políticas que disputam o mundo. Agora, as pessoas desvirtuam isso. Nós estamos
falando em imparcialidade, em liberdade, em direito dos pais e visão plural
para dentro da escola. São os sindicatos que estão inventando, é aquela prática
goebbeliana de repetir a mentira mil vezes até ela se tornar verdade. Eu
mostrei no Colégio João XIII o projeto que está tramitando aqui, que deve
passar pelas comissões e que deve finalmente vir a plenário, quiçá no primeiro
semestre do ano que vem, e perguntei: “Onde está a mordaça?” Ninguém sabia
responder, porque de fato não há mordaça! Há uma reação cidadã de todos nós que
queremos dizer basta! Quer fazer militância política? Vai fazer, aqui na
tribuna da Câmara de Vereadores, na esquina, na sede do partido; não dentro da
sala de aula, com a assistência cativa de jovens! E é isso que tem sido levado
a cabo, e é isso que nós precisamos, democraticamente, estabelecer vacinas.
Aliás, não estamos inventando, isso já está expresso no Regimento e no Estatuto
do Servidor Público que veda a militância político-partidária em ambiente de
trabalho. Então nós só estamos gizando isso e dizendo isso. E aí então se
levantam, toda a sorte, de reacionarismos. É importante até ouvir o Senador
Cristóvão Buarque, num aparte à Senadora Ana Amélia Lemos, nesta semana, que
está circulando na Internet. Ele fala como essa esquerda se tornou reacionária,
por incrível que pareça, Ver. Villela, por incrível que pareça! E como é que
nós, que somos verdadeiramente democratas, que acreditamos na liberdade, que
queremos uma sociedade plural, desenvolvida, que não estamos comprometidos com
o regime da Coreia do Norte, com o regime de Cuba, ou com qualquer outro regime
que cerceia as liberdades individuais! Eu nunca defendi ideia de ódio, nem
nunca defendi ditador nenhum! Como é que vão dizer que sou Nazista? Ou que
qualquer outro que defenda ideias de liberdade seja Nazista? Na verdade, eles
projetam nos outros, aquilo que se enxergam.
Então, nós estamos, e eu vou continuar dizendo:
por mais que espalhem a mentira, contra a mentira o antídoto da verdade, e a
indignação daqueles que ainda se indignam com as coisas que são erradas. E
continuar fazendo essa luta, que não me importa que fosse só minha, mas tenho
certeza que não é, porque será a luta daqueles que verdadeiramente acreditam na
liberdade, na justiça, no desenvolvimento, na verdade e na ordem. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Waldir Canal está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste.
Passamos à
(05 oradores/10 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 2269/16 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 025/16, que estima a
receita e fixa a despesa do Município de Porto Alegre para o exercício
econômico-financeiro de 2017.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, quando o Vereador que me
antecedeu responder como que se ensina imparcialmente a história do holocausto,
nós poderemos começar a ouvi-lo. Imparcialmente se colocaria as razões de
Hitler, se colocaria as versões que ele não existiu, que não é bem assim, que
os judeus deveriam ser dizimados mesmo e se colocariam outro lado também. Essa
é imparcialidade que propõe o Vereador aqui? Leio também, para que todos
saibam, que a Constituição brasileira, art. 206, prevê a liberdade de aprender,
ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber. Nos projetos de
lei da mordaça, os autores – nacional, estadual e municipal – apenas reproduzem
colocando a liberdade de aprender, esquecem a de ensinar, pesquisar, divulgar o
pensamento, a arte e o saber. No inciso III, onde fala de pluralismo de ideias
e de concepções pedagógicas, a lei da mordaça só fala em pluralismo de ideias e
não de concepções pedagógicas. Portanto, há, sim, uma intencionalidade
persecutória, controladora do pensamento, da liberdade de cátedra, pior que
isso, cria-se em alguns projetos de lei o número de telefones para denúncia, o
denuncismo em sala de aula, Ver.ª Fernanda, inclusive tem um projeto de lei que
prevê um cartazinho em todas as salas de aula: “denuncie o seu professor”.
Agora, vocês imaginem o que significará por este País afora essa legislação que
antecede a ditadura militar, é uma legislação da Idade Média, da Inquisição, do
tempo da Inquisição, se prevê, inclusive, demissão de professores, denúncia de
professores. Vocês imaginem a que ponto chegam os novos pedagogos,
representados pelo artista pornô recebido pelo Ministro da Educação.
Quero, na fala de Comunicação de Líder do PT,
dizer que espero tanto da Procuradoria da Casa quanto da Comissão de Constituição
e Justiça que não deixem tramitar um projeto de lei inconstitucional como esse.
Quero falar, na segunda parte, de algo
gravíssimo que continua acontecendo na Cidade de Porto Alegre, apesar de
audiência pública nesta Casa, apesar de denúncia no Ministério Público, apesar
de denúncias no Conselho de Assistência Social; hoje, pela manhã, centenas de
usuários da assistência social, mais uma vez, foram submetidos a madrugarem na
frente da FASC, tem que chegar de madrugada para pegar uma ficha, submetidos à
chuva, ao frio e mandados embora porque tem um pingo de fichas para o
recadastramento. O tamanho da hecatombe, aqui em Porto Alegre, da gestão
pública, é enorme, pois sequer – não é nem a ampliação de cadastro, nem novo
programa –, conseguem fazer o recadastramento dos atuais beneficiários do Bolsa
Família, do cadastro único para todas as questões, que são fundamentais para a
assistência social. Mas a Prefeitura, com a sua brutal terceirização da
assistência social, com denúncias graves que, inclusive, a Justiça está
trabalhando, submete a população, que teve que fechar a Av. Ipiranga para ser
ouvida. Eu já estive lá por duas vezes, já liguei para o Secretário Marcelo, e
já não sabemos mais o que fazer. Vamos fechar a Av. Ipiranga, juntos, amanhã de
manhã, porque é escandalosa a incompetência e, principalmente, a
impossibilidade ou a impotência da população diante das não respostas. E esta
Câmara também, o Presidente Dr. Thiago, dos Direitos Humanos, que fez a
audiência pública, ficou de receber, em uma semana, uma alternativa para
descentralizar, de novo, o cadastro. Nós pedimos cópia, capa a capa, do
processo que contrataria o Ilê Mulher, e que não contratou por desorganização
da FASC, da superburocracia, da falta de prioridade. Nós que já aprovamos a Lei
de Reordenamento da FASC aqui, da assistência social, da implantação do SUAS,
criamos os cargos, a Prefeitura criou os cargos e, de novo...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: ...Para
encerrar, na semana passada, a Prefeitura lançou novamente editais de
terceirização na assistência social, para os quatro abrigos residenciais; esta
semana, um novo edital para formar uma equipe para as repúblicas – ou seja, não
nomeia os monitores concursados que estão aguardando nomeação, não chama os
concursados das outras áreas, e o resultado disso é a população tendo que
madrugar, mulheres, crianças, idosos, porque, senão, não tem ficha, e tem prazo
para o recadastramento. É um absurdo esses desmandos de gestão e, comparado a
isso, só o mundo da fantasia que se tenta vender na televisão, no rádio, neste
2º turno. Espero que a população de Porto Alegre tome tendência.
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Delegado Cleiton assume a presidência
dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA:
Sr. Presidente, dá para entender por que nós, eu e o Ver. Valter Nagelstein,
estamos em lados extremamente opostos. Ele vem a esta tribuna falar que o
problema do Brasil são os professores, os estudantes, os grêmios estudantis, os
sindicatos, e não as ratazanas, de terno e gravata que surrupiam os recursos
públicos, inclusive o Eduardo Cunha – do partido do Vereador –, que felizmente
foi preso, agora à tarde, pela Operação Lava Jato. É por isso, Vereador, que
nós estamos em lados extremamente opostos: quando vai falar em Educação, não
fala da PEC nº 241, encabeçada pelo Governo ilegítimo e que congela em 20 anos
os recursos para a Saúde e para a Educação. E que, se vigorasse nos últimos 10
anos, o salário mínimo seria de R$ 400,00. Não fala do Renan Calheiros, aliás,
quem concorda com o seu projeto escola da mordaça é o Alexandre Frota, é o Jair
Bolsonaro, são os cúmulos do reacionarismo e de uma ideia macartista que
felizmente foi derrotada pela história, uma ideia extremamente grave de
perseguição, de monitoramento, de não permitir uma visão plural, não permitir
que os debates, que existem na realidade, sejam tratados, dentro da escola,
como parte do espaço de socialização. Ele trata os professores, os alunos, os
estudantes, como tábula rasa, como se alguém fosse à escola para ser
doutrinado; ninguém é doutrinado. Os jovens têm opinião, mas tem gente que
adora desconsiderar a juventude e que, aliás, repudia quando a juventude ocupa
escolas; que quer atacar, quando os professores fazem uma luta legítima diante
dos ataques do Governo do Vereador. E é por isso que eles querem calar a
juventude, querem calar os professores, querem calar aqueles que lutam por uma
nova lógica para a Educação. O Vereador esquece de dizer que nós já vivemos
isso na história, na ditadura militar, quando tinha censura prévia, que é o que
quer que seja feito na escola da mordaça. Ali tinha censura prévia, ali tinha o
que não poderia ser falado dentro da escola sob pena, não só do afastamento do
professor, como da aposentadoria. Foram feitas, pelo Brasil, milhares e
milhares de aposentadorias forçadas de servidores públicos, de professores, de
educadores. Então, não me venha com uma cantilena enfadonha daqueles que querem
atacar as vítimas desse modelo perverso e injusto que está sucateando a
Educação, que está sucateando a Assistência Social, que está sucateando a Saúde
e que tem encabeçado no seu partido, esse projeto de política neoliberal para o
País.
Depois, eu gostaria de fazer um parêntese sobre
a audiência pública do cais – é preciso parabenizar o CMDUA pela oportunidade
do debate –, embora o projeto seja um projeto de privatização do espaço
público, eu não tenho dúvida de que nós teremos a oportunidade de falar aqui
nesta tribuna. Mas eu queria fazer o seguinte comentário: atrasado é quem pensa
que espaço de convivência tem que ser shopping
center; atrasado é quem pensa que o sol tem que ser privatizado; atrasado é
quem pensa no modelo carrocentrista, no espigão construído na beira dos rios,
com mais 4 mil carros circulando na Av. Mauá para congestionar mais o trânsito
e não numa mobilidade urbana moderna, incluindo ciclovia, incluindo transporte
hidroviário. Atrasado! Completamente atrasado é quem pensa que tudo tem que ser
para os empreendedores, isso é que é completamente atrasado, que não pensa que
o espaço tem que ser de convivência, que tem ter livraria, que tem que ter,
sim, restaurante, que tem que ter, sim, espaços públicos onde se possam ter
atividades de convivência, com praças, com bibliotecas, cinemas e também
espaços culturais; atrasado é quem pensa que o povo não pode construir os seus espaços
de convivência, como fazem dezenas de coletivos por Porto Alegre, a não ser
dentro dos templos do consumo; atrasado é quem pensa que só assim se pode
revitalizar o cais, quando na verdade são R$ 67 milhões para um projeto falido,
que tampa o sol, de empreendedores que, segundo o Tribunal de Contas do Estado,
não têm liquidez para fazer o empreendimento, sendo que as únicas coisas boas
foram tiradas do projeto, como o rebaixamento para a Usina do Gasômetro, é quem
não vê que apenas R$ 43 milhões poderiam revitalizar os armazéns que abrigam a
Bienal, que abrigam a Feira do Livro e que podem abrigar dezenas de
experiências interessantes para a nossa Porto Alegre.
Eu queria fazer esse registro, acho que na
audiência ficou expressa a quantidade de questionamentos a esse projeto, que,
lamentavelmente, foi pouquíssimo debatido na Câmara de Vereadores. Os regimes
urbanísticos já estão vencidos, porque a Lei nº 638 é clara quando diz que o
aumento dos índices urbanísticos só seriam utilizados até 2012. Portanto, por
si, já é um projeto que não está dentro da legalidade, dentro de uma ideia de
uma cidade para todos.
Quero concluir essa minha intervenção dizendo do
meu respeito enorme, profundo pelo Professor Francisco Marshall. Esses
professores que lutam, que defendem a universidade pública, que não aceitam
autoritarismos, merecem, sempre, o nosso respeito. E digo, mais uma vez: os
reacionários não nos calarão!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Delegado Cleiton, eu vou falar como Liderança do Governo, agradeço
aos meus colegas aqui, mas, necessariamente, eu estou falando das minhas
ideias, não das ideias da nossa base, quero deixar isso ressalvado. Eu vou me
prender ao que disse a Ver.ª Fernanda Melchionna: “exemplo derrotado pela
história”. O que foi derrotado pela história, Ver.ª Fernanda? As experiências
coletivistas. Eu não sei se a senhora sabe, o muro da Cortina de Ferro,
especialmente da Alemanha, caiu. Caiu o muro. De um lado, nós tínhamos um
sistema que não funcionou, que não gerou inovação, não gerou emprego, não gerou
riqueza, e de outro lado nós temos um mundo que funciona como o mundo é.
Ninguém está defendendo aqui... E essa história de neoliberalismo é o que a
gente chama de argumento embreagem. Quando falta argumento para a pessoa, ela
usa uma expressão como essa e aí todo mundo que está na plateia diz: “ah,
neoliberalismo!” Aí, ele muda a marcha para seguir em frente e ali tem vários
que estão aplaudindo porque já estão doutrinados para aquele negócio. Esse
negócio de neoliberalismo acabou! Acabou! Ninguém está defendendo o capitalismo
selvagem aqui; o que nós estamos defendendo é uma lógica que funciona em todo e
qualquer lugar do mundo. Não vê quem não quer! Tem espaço do público, Ver. João
Bosco Vaz? Sim, tem, e nós aqui, por exemplo, vivemos isso na política, que é o
espaço da perseguição permanente do bem comum para a construção de uma
sociedade melhor. Agora, ninguém vai imaginar que vai substituir, Ver.ª
Fernanda, uma elite econômica dos capitalistas por uma elite burocrática do
Partido Socialismo e Liberdade, que vai fazer a mesma coisa que aconteceu em
Cuba, que aconteceu na União Soviética: vai construir as dashas, que são a elite da burocracia do partido que vai dominar a
sociedade. Essa é a visão deles, do século passado.
Eu vou para uma escola onde um menino de 13, 14
anos, diz assim: “primeiramente, fora Temer [Já começa assim!]. Segundo, quero
me dirigir aos golpistas [Ele não é militante nem do PT nem do PSOL,
provavelmente.].Eu também quero dizer a vocês o seguinte: boa noite a todos e a
todas, porque a língua portuguesa é uma língua machista.” A língua portuguesa é
uma língua machista? Mas de onde esse menino tirou isso de dentro da cabeça,
gente? A língua portuguesa é a língua. Mas, na visão deles, na visão adoentada,
a língua é a construção de uma visão hegemônica de dominação que serve, assim
como o capital, para a dominação social, para a dominação econômica, para a
dominação cultural. Mas que bobagem! Que bobagem! Bom dia ou boa tarde a todos;
volto a dizer: a língua portuguesa diz que é um pronome indefinido, abarca
homens, mulheres, crianças, jovens, negros, brancos, sábios, ignorantes; todos.
Boa tarde a todos! Esse negócio de boa tarde a todos e a todas ou bom dia a
todos e a todas, foi o Luiz Dulci, Secretário de Comunicação do Governo do
Presidente Lula, o maior ladrão da história deste País, que criou, e o Presidente
Lula implantou! E tem um séquito, um exército de fanáticos defensores que não
têm moral, que não tem pudor de levar isso para dentro das salas de aula,
doutrinando as nossas crianças! Não tem exemplos? Mas há uma profusão de
exemplos, basta buscarmos na Internet o que está acontecendo todos os dias.
Olha, que o professor diga para os alunos que a causa do humanismo é muito boa?
Ótimo! É isso que nós desejamos! Que o professor diga para os alunos que a
causa ambiental é muito boa e que o futuro do planeta dependa de nós todos? É
claro, isso todos nós desejamos. Agora, que o professor diga para os alunos,
como a professora Sofia Cavedon diz, que Cuba é a quinta maravilha do universo
porque lá todos participam; que na Venezuela é uma maravilha e que na Coreia do
Norte, que o pessoal defende, é uma maravilha... Vem cá, o mundo está de cabeça
para baixo! E eu que sou atrasado? Mas qual é a inovação tecnológica nesses
regimes que eles defendem? O MacBook foi construído lá? O samsung foi
construído lá? O telefone que ela usa foi construído lá? O lápis com que ela
está escrevendo, por acaso, Professor Wambert, não é desse
sistema capitalista que envolve a todos numa cadeia de produção? Mas são essas
pessoas... O que eles defendem, o que eles pregam, o que eles querem? Um
sistema de dominação da burocracia partidária, que paguemos altos impostos para
sustentar vermes, carrapatos, burocratas de um determinado partido e de uma
determinada visão, que vai escravizar, como tem escravizado e como sempre
escravizou, toda a população. A primeira coisa que morre nesses regimes é a
liberdade. Vamos olhar os países do leste Europeu. Aí, vem a democracia. Vamos
olhar a Venezuela de hoje, há democracia? Então, é só pensar!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Ver. Valter Nagelstein.
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA:
Olha, Presidente, tenho a impressão de que o último pronunciamento - se é que
se pode chamar assim - do Ver. Valter Nagelstein deixa claro que ele não debate
aqui um projeto que, por óbvio, determina a censura prévia dentro das escolas e
que, ao invés de se preocupar com a falta de professores, com a falta de giz,
com a falta de quadras, com a falta de bibliotecários, ele trata de
criminalizar o conjunto do funcionalismo e dos estudantes, mas que se trata,
sim, de um projeto para atacar determinadas ideologias, que ele inventa –
bastante criativo, Vereador, até diria que o senhor é roteirista –, cria um
cenário bastante diferente da realidade, cria um espantalho, o que é típico
daqueles que tentam vencer o debate no grito. Eu vou dar duas respostas para o
senhor, rápidas, porque eu acho que Porto Alegre tem coisas muito mais
importantes a discutir do que a sua visão reacionária de educação. A primeira
delas é que nós não defendemos a Coreia do Norte, não defendemos as
experiências lamentáveis que ocorreram na União Soviética depois que o
stalinismo esteve por lá, o senhor sabe disso, então pare de fazer factoides
nesta tribuna. Ao contrário, nós não defendemos o Estado apodrecido desse
regime político, quem defende, aliás, é o Partido de V. Exa., que quer manter
essa política do toma lá dá cá, que quer restringir os espaços democráticos. A
minirreforma eleitoral é do Eduardo Cunha, que foi preso hoje, do seu Partido,
e que o senhor, aliás, faz questão de fazer de conta que não existe. Nós
defendemos o Estado para as pessoas, para garantir assistência, para garantir
educação, para garantir segurança. A ideologia que o senhor defende fala em
Estado mínimo quando é para defender o Estado para as pessoas, e em Estado
máximo quando é para defender os empreiteiros, para defender os banqueiros,
para defender as elites econômicas. Isso, alguns chamam de liberalismo, eu
chamo de oportunismo e demagogia.
Em segundo lugar, eu queria trazer a esta
tribuna um debate muito importante feito aqui na Câmara de Vereadores, em
dezembro do ano passado, de maneira açodada, sem discussão com a Cidade, que
vai justamente no viés ideológico daqueles que defendem os recursos públicos
para financiar os ricos, que foi a criação do Investe POA, Ver.ª Sofia - a quem
eu agradeço o tempo de oposição -, uma empresa pública com 50% de recursos
públicos, que permitiria alienar imóveis, que permitiria colocar recurso de
toda a população Porto Alegre junto com especuladores do sistema financeiro
para entrar no mercado de ações. Uma coisa extremamente temerária para os
recursos públicos, extremamente inconstitucional, porque fere a Lei de
Responsabilidade Fiscal, porque fere a Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre, porque fere o conjunto de medidas necessárias para garantir que os
recursos públicos não sejam colocados no ralo da corrupção ou no ralo do
cassino, que é a forma como o Sistema Financeiro funciona, não só no Brasil,
mas no mundo. Nós estamos vivendo hoje as consequências de uma crise aberta em
2008 diante das hipotecas e do subprime
criado lá nos Estados Unidos. E nós estamos em 2016! Esses especuladores do
Wall Street, especuladores do Brasil, tratam os recursos como se fossem um
verdadeiro cassino; e o dinheiro do povo é perdido. Não é à toa que, quando
formos discutir os fundos de pensão, vamos ver que o dinheiro dos fundos de
pensão foi para financiar a OAS, Odebrecht, Camargo Corrêa, inclusive para a
corrupção. E nós temos muita tranquilidade de fazer esse debate, porque o PSOL
nunca ocupou nenhum cargo nos governos do PT, inclusive fizemos oposição real e
verdadeira. Diferente do PMDB que estava lá cheio de carguinhos e depois botou
a cabeça para fora e fez um golpe parlamentar para, sem o apoio do voto
popular, assumir o Governo, sendo que eles estavam juntos saqueando os recursos
na nossa população. Então, menos demagogia. Nós do PSOL temos muita
tranquilidade para fazer esse debate.
Nós tivemos a boa notícia hoje que o Investe POA
será investigado pelo Ministério Público de Contas, Ver.ª Sofia Cavedon,
inclusive, também, a partir de uma representação que vocês levaram ao
Ministério Público de Contas sobre o descontentamento da Bancada do Partido dos
Trabalhadores com relação ao Investe POA. Nós também fizemos denúncias pelos
veículos de comunicação, estivemos no Ministério Público Estadual, e o
Procurador-Geral do Ministério Público de Contas...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: ...Muito
obrigada, Presidente, Ver. Delegado Cleiton. Mas o Ministério Público de
Contas, então, determinou uma medida cautelar para que a Prefeitura se abstenha
de empreender qualquer ato constitutivo do Investe POA até a deliberação do
Tribunal de Contas do Estado, argumentando que ele contraria os arts. 29 e 32
da Lei de Responsabilidade Fiscal; o art. 173 da Constituição Federal; e mais,
que o Tribunal de Contas do Estado instaure uma inspeção especial para
aprofundar a análise do tema.
Então, queria trazer esse debate aqui como
oposição, agradecendo ao PT e ao PCdoB pela cedência do tempo, pois estou
falando em nome da oposição. Nós do PSOL também estamos juntos nesta luta
contra a bandalheira que foi o Investe POA, votado a toque de caixa sem nenhum
espaço democrático, e que, na verdade, significaria grandes perdas para o
Município. E que bom que o Ministério Público de Contas está agindo. Muito
obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Delegado Cleiton, começa a discussão do Orçamento de 2017, e
essa discussão, obviamente, é atravessada pela escolha que a Cidade fará, daqui
a uma semana e meia. Acho que o nosso partido, hoje, publicou novamente uma
nota, uma vez que há uma pressão e até o uso na televisão, no rádio e nas campanhas,
dizendo que os petistas estariam apoiando o candidato da Prefeitura. A nossa
nota diz que não vamos votar em nenhuma das alternativas. E não votaremos
porque temos o direito, achamos que é cidadão se abster, votar em branco,
dizermos: não, não nos serve e não nos representa. E acho que o Ver. Valter,
quando aqui vem, fala no tempo do PMDB, no tempo do Governo, não faz a menor
questão de que todos os movimentos de esquerda desta Cidade, portanto, votem no
seu candidato. Não faz a menor questão, aliás, dispensa, porque vem aqui na
tribuna e chama de atrasado, de retrógrado, chama de tudo que é coisa todo o
pensamento transformador de esquerda e defende aqui a sua convicção capitalista
e preconceituosa, inclusive em relação às mulheres. As mulheres, então, o Ver.
Valter não reconhece que elas reivindicam ser tratadas como todas, porque nós
não nos sentimos representadas no termo todos, em nenhuma hipótese.
(Aparte antirregimental fora do microfone.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Não,
não, V. Exa. afirmou literalmente que todos representam todos, homens e
mulheres. Não, todos não representam as mulheres. Fraternalmente, Ver. Valter,
todos não representam as mulheres. Todas representam as mulheres. A
discriminação – esse é um debate que é de fato mais aprofundado entre a luta de
quem reconhece o sexismo, a discriminação de gênero se dá pela linguagem
também. Então, afirmo que, pela linguagem, nós discriminamos e invisibilizamos
as mulheres. Essa é a discussão que V. Exa. tem divergência, e eu quero aqui
repor, porque quando se discute o tema do Orçamento para a Cidade de Porto
Alegre, e nós aprovamos, escrevemos na Lei Orgânica da cidade de Porto Alegre
que a Prefeitura de Porto Alegre deverá vir aqui, espero que venha em março,
para prestar contas das políticas públicas que se antecipem à violência contra
a mulher, que erradiquem na cidade de Porto Alegre a discriminação, que
construam políticas publicas que amparem a mulher na sua questão, sim, de sexo
que ganha menos, que tem menos segurança física emocional, que é discriminada,
sim, nos postos políticos, inclusive nós seremos apenas quatro Vereadoras aqui
na representação política da Cidade. Se nós afirmamos isso, se escrevemos isso,
se os tratados internacionais dizem isso e a gente não reconhece, é porque a gente
não reconhece que é necessário fazer política pública, se a gente não reconhece
que há, de fato, uma diferença material e simbólica entre homens e mulheres.
Sobre o Orçamento da Prefeitura de Porto Alegre,
nós temos em pauta um debate... E aqui o Prefeito Fortunati assinou e colocou
que está buscando no CAF alguns milhões para a primeira, segunda e terceira
fase da orla – a primeira fase da tal da revitalização da orla – e friso –, não
aprovada pela população de Porto Alegre. Esta Casa lotou quando veio o
arquiteto urbanista Jaime Lerner apresentar o projeto, que está em curso hoje
na cidade de Porto Alegre, Ver.ª Fernanda, e todos aqui se manifestaram, o
plenário inteiro foi contra o projeto, talvez uma pessoa o tenha defendido. Foi
muito questionado o Jaime Lerner. O Prefeito, de toda a maneira, licitou e está
realizando, com recursos próprios, afirmou aqui na sala Adel Carvalho, usando
mais de R$ 40 milhões – não sei até agora quanto, não sabemos exatamente – para
melhorar, para modernizar a orla, na primeira fase, com esperança de que esse
recurso seja reposto pelo financiamento do CAF. O que significa isso? Diante do
problema seriíssimo de infraestrutura na cidade de Porto Alegre, de
alagamentos, de moradia, de saúde, que é a questão mais grave que a Cidade
vive, além da violência, a Prefeitura escolhe, contra a vontade da população
que se manifesta, revitalizar supostamente a orla, num modelo que não é apoiado
pela cidade de Porto Alegre. Gasta milhões e anuncia aqui a Fase 2 e a Fase 3.
É nesse sentido que nós defendemos uma democracia de verdade em Porto Alegre. O
Cais do Porto não é resultado de debate da população de Porto Alegre. Não é! A
cidade de Porto Alegre, se votar, se fizerem uma consulta popular, votará não a
shopping ao lado da Usina do Gasômetro.
Entrem no site. Foi apresentado, na
reunião do Plano Diretor do Centro, o desenho do shopping e o quanto ele atinge a imagem da Usina de quem olha do
rio. Aliás, ainda se vangloriando de que fizeram uma pequena adaptação e
tiraram um pedacinho do quarto andar do shopping,
do quarto piso, para que aparecesse um pedaço da Usina, do móvel central da
Usina. Ora, senhores! Um shopping ao
lado da Usina, na beira do Guaíba, é modernidade? Tirar a visão do pôr do sol
de quem vai passar aqui na João Goulart? Quem vai passear com a sua família na
praça Brigadeiro Sampaio não vai enxergar o pôr do sol, porque terá um shopping entre a sua pessoa e o pôr do
sol no rio Guaíba. Um shopping! Quem
considera isso modernidade? Eu posso só lamentar. Pior que modernidade, isso
vai impactar negativamente no Centro da Cidade.
Segunda-feira, ontem de manhã, ninguém chegava
no Centro, porque choveu, porque deu algum transtorno, não andava a Ipiranga,
não andava a Osvaldo Aranha; trancava antes da La Plata, lá no Jardim Botânico.
Parada a Cidade! E a meta é colocar e atrair muitos – muitos! – automóveis aqui
para este Centro, para a beira do Guaíba, para comprar, para fazer compras num shopping. E, na outra ponta, três
edifícios. Para quê? Para ter escritórios, para olhar o rio de forma
privilegiada quem pode pagar por eles. Terá um hotel para quem pode pagar por
ele, impactando, sim, com automóvel, com microônibus, ônibus, num espaço
extremamente estreito, conflagrado da cidade de Porto Alegre. É irresponsável
uma Prefeitura que licencia um projeto assim. Irresponsável! E nós acampamos
para evitar isso, porque o projeto inicial era, sim, rebaixar a Edvaldo e a
João Goulart. Portanto, este Orçamento e esta Lei de Diretrizes vieram com uma
projeção de obras que são ruins para a Cidade, de escolhas de gestão que não
são as escolhas da cidade de Porto Alegre.
Por mais que aqui se resgatem algumas obras
atrasadíssimas, investir recursos, sejam próprios ou sejam recursos de
financiamento, em uma revitalização que não é para o conjunto da população, que
é para a exploração econômica das áreas mais nobres da cidade de Porto Alegre,
não é para a convivência, não é para o lazer, é para a exploração econômica?!
Se fosse para a convivência e para o lazer, poderia se fazer o que tem de melhor
no mundo dentro dos galpões, modernos, mantendo a morfologia e mantendo o pôr
do sol e mantendo as áreas abertas, uma pracinha, grama, bancos, iluminação,
segurança. É só o que a população quer para ver o rio, para tomar chimarrão na
beira do rio, para correr, para caminhar, para encontrar os amigos e não
compras - quatro andares ao lado da Usina do Gasômetro. A Cidade vai ter que
parar para o Prefeito nos ouvir. Então, quero deixar muito claro que nem este
modelo e nem o modelo do Estado mínimo, que se apresenta aí como alternativa,
vai levar o voto daqueles que são...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Vereadora.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN (Requerimento):
Sr. Presidente, solicito as notas taquigráficas, expressamente aqui, da
fala da Ver.ª Sofia e gostaria de oportunizar a Ver.ª Sofia a possibilidade de
se retratar, de dizer que eu tenho preconceito contra as mulheres. Era isso,
Sr. Presidente, muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Sim, Vereador, aceito o Requerimento.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente, o Ver. Valter gastou dois
ou três minutos afirmando, explicando porque não é preciso fazer a flexão das
palavras para contemplar as mulheres. Eu contrapus dizendo que nós avançamos
para que o artigo masculino - nós e todos os pactos internacionais, pois há uma
compreensão de que nós não estamos representadas, inclusive a legislação
municipal, Ver. Valter, obriga à linguagem inclusiva. Então, apenas afirmei
que, ao ser contrário a essa, significa não reconhecer a discriminação da
mulher, significa, portanto, discriminar a mulher. Eu gostaria que V. Exa.
entendesse; eu me referia a esse argumento, a sua convicção em relação à
linguagem.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Feito o relato. Gostaríamos de anunciar a
presença, na nossa Casa – é um prazer recebê-lo –, do Vereador de Eldorado do
Sul, do PDT, Fabio Leal. Seja bem-vindo, Vereador!
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. ADELI
SELL: Meu
caro Ver. Delegado Cleiton, depois que tiver silêncio no plenário, que parar a
disputa aqui sobre a questão de gênero e de raça, vou falar sobre Orçamento.
Para quem não sabe, a lei da linguagem inclusiva é da Ver.ª Maria Celeste e
minha; eu fiz a redação original, conversei com a minha colega, à época, e nós
fizemos esse projeto de lei da linguagem inclusiva.
Ver. Cleiton, nós temos, para o ano que vem, a
possibilidade de trabalhar com um orçamento de R$ 7 bilhões. As senhoras e os
senhores escutaram bem: R$ 7 bilhões. Pode parecer um número pomposo, grande,
pode parecer até eloquente, mas quero dizer que para uma cidade do tamanho de
Porto Alegre e pelos seus problemas não é um alto orçamento. Pelo contrário, me
preocupa enormemente, depois das discussões que a gente fez aqui no último
período, a questão da arrecadação, porque no orçamento você faz uma estimativa;
sua concretude será a arrecadação, e estamos vivendo uma crise econômica. É uma
crise que tem um cunho econômico, propriamente dito, mas também tem um cunho
altamente político, amedrontador, porque há um setor da grande mídia,
especialmente aqui no Rio Grande do Sul, que calca nas letras, todos os dias,
em manchetes garrafais, que nós estamos vivendo o maior caos do mundo. Nada
disso! Nós estivemos à beira de um caos na Grécia, e o povo respondeu, de forma
clara e cristalina, elegendo um partido de esquerda, alguns falam, inclusive,
de extrema esquerda, Ver.ª Fernanda Melchionna. E, no Governo, para poder governar,
inclusive, deu uma pequena guinada ao centro, tanta foi e é a pressão da
Europa, unificada no Euro. Não é uma crítica que eu faço a esse partido, pelo
contrário; caso contrario, não governa. Nós estamos nessa situação difícil no
Rio Grande do Sul pela pasmaceira, pelos gastos que são feitos de forma não
controlada.
Eu fico olhando os programas eleitorais do
momento. Vejo que se faz uma dura crítica à questão dos moradores de rua. Ora,
mas eu já falava, aqui, meses atrás, sobre o desdém, o descaso da FASC com os
moradores de rua; sobre a não preocupação em fazer valer um instituto que está
lá na Constituição Federal, que é a dignidade da pessoa humana. Agora,
descobriram que tem moradores de rua em Porto Alegre, mas esqueceram de dizer
quem foi – e ainda é! – o responsável por essa pasta nos últimos 12 anos. É o
Partido Progressista! Por sinal, não tem ninguém deles aqui no plenário;
portanto, não estão ouvindo e não vão responder.
Agora todo mundo descobriu que tem alagamentos
em Porto Alegre. Antes não tinha alagamento. Agora, quando começou a campanha
eleitoral do 2º turno, numa disputa encarniçada, descobriram que tem
alagamentos. Quem foi o responsável dos últimos anos pelo Departamento de
Esgotos Pluviais da Cidade? O mesmo partido, o PP, o Partido Progressista! Não
tem ninguém deles aqui no momento. “Estão nos atacando sem a gente estar
presente”. Mas vocês têm que estar aqui no plenário! Vamos debater.
Nós estamos debatendo na paz. Qual é a resposta?
O que os senhores e as senhoras da FASC e do DEP fizeram com o orçamento deste
ano? Tem investigação. Na madrugada de domingo para segunda, queimaram arquivos
no DEP. Interessante, não é?! Pegou fogo! Não estava chovendo de domingo para
segunda? Está tudo seco? Não, está tudo molhado, e pega fogo? É algo estranho.
Eu pergunto: O que aconteceu? Por que aconteceu? Afinal, perguntar não ofende!
O nosso Orçamento tem a necessidade de colocar
os créditos complementares em 10% e também faz a reserva de contingência. Isso
nós sempre fizemos. Havia momentos que isso era uma gandaia! Eu vi orçamentos
municipais colocarem até 25%. Agora não, com a Lei de Responsabilidade Fiscal
ninguém ousa fazer essa bobagem, porque não seria legal, não seria correto e
não passaria. Nós temos aqui sobre a Infância e Juventude Protegidas; eu fiz
críticas quando se discutiu a LDO, agora nós temos um item de Atenção à Saúde
da Criança e do Adolescente com Deficiência. Vou tratar desse tema, Ver. Paulo
Brum, V. Exa. que é o nosso mestre na questão das pessoas com deficiência. Houve
uma tentativa de corte violenta em nível federal nessa área. Aqui está posto de
forma clara, cristalina, um programa estratégico com uma ação de inclusão.
Portanto, senhoras e senhores, anotem, porque eu
anotei: a partir do dia 1º de janeiro do ano que vem, estarei aqui, e estarei
cobrando esse item ponto por ponto; como o item 2 que é Convivência e
Fortalecimento do Vínculo de Pessoas com Deficiência. Falo muito disso, porque
eu circulo pela Cidade, e onde a gente vê as dificuldades com mais clareza é no
Centro de Porto Alegre. Porque as pessoas precisam convergir ao Centro, muitas
vezes para acessar serviços públicos, porque o CAR da Restinga não funciona, o
CAR das Ilhas não funciona, etc. Mas também porque aqui no Centro de Porto
Alegre, Ver. João Bosco Vaz, nós temos 65% de pessoas com mais de 65 anos de
idade. Portanto, são algumas pessoas com sequelas dos anos de trabalho árduo,
pela idade, etc. e tal, e, portanto, nós vamos dar uma atenção especialíssima a
esse tema.
Temos também um segundo ponto aqui, que é a
prevenção à violência e defesa dos direitos humanos. Dramática a situação de
violência na Cidade; dramática a situação aos ataques aos direitos fundamentais
da pessoa, da dignidade humana, e aos direitos humanos. Quando nós falamos em
direitos humanos significa agressões, significa essa violência que existe em
todos os cantos, que não é só na delegacia da mulher que se resolve essa
questão. É a violência contra a criança, em casa, e aí vem o papel do Conselho
Tutelar, e o Conselho Tutelar tem que ter estrutura, que hoje não tem, e
portanto, aqui está anotado, e eu vou cobrar com afinco e dedicação.
Senhoras e senhores, R$ 7 bilhões o nosso
Orçamento para o ano que vem. Aos Vereadores, como dizia o Ver. João Dib, cabe,
antes de qualquer coisa, a fiscalização da coisa pública. Essa é a tarefa a
qual me proponho aqui e agora, e mais do que nunca no ano que vem.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Vereador.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1371/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 103/12, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que
altera o caput e revoga o parágrafo
único do art. 1º, inclui art. 1º-A e altera o caput e inclui incs. I, II, III, IV e V no art. 3º da Lei nº 8.562,
de 18 de julho de 2000 – que obriga os proprietários de casas noturnas e salões
de baile a identificar, visualmente, de forma individualizada, os funcionários
que atuem na área de segurança –, para obrigar os proprietários de casas
noturnas, locais de espetáculos, eventos e congêneres a identificar os
funcionários que atuem na área de segurança desses estabelecimentos.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2011/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 206/16, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Elisabeth Dri o
logradouro público cadastrado conhecido como Rua Três Mil e Um, localizado no Bairro Mário Quintana.
PROC.
Nº 2219/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 221/16, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que revoga a Lei nº 12.129, de 28 de setembro de 2016 – que
altera o caput do art. 3º-A e o inc.
II do caput do art. 5º da Lei nº
7.855, de 25 de setembro de 1996, e alterações posteriores; altera a ementa e o
art. 2º da Lei nº 10.028, de 20 de julho de 2006; e altera a ementa, o art. 1º,
o caput e os §§ 2º e 3º do art. 2º, o
caput do art. 3º, o caput do art. 4º, o caput do art. 4º-A e o art. 5º da Lei nº 10.428, de 6 de maio de
2008, alterada pela Lei nº 10.939, de 2 de agosto de 2010; denominando Nico
Fagundes o Acampamento Farroupilha.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Não há quem queria discutir a Pauta, está
encerrado o período de discussão de Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON:
Sr. Presidente, antes de encerrar, eu gostaria de fazer um comunicado oficial.
A partir de amanhã, o Ver. Adeli Sell vai assumir a Liderança de Oposição. Nós
dividimos esse espaço este ano, dizendo que, como hoje foi preciso, o PSOL
solicitou a utilização do tempo de oposição, pelo debate aqui ocorrido, e não
foi possível fazê-lo de forma mais formal. Mas nós faremos, a nossa Bancada, a
Bancada do PT e a Bancada do PSOL, Fernanda, no dia de amanhã, nós vamos
formalizar a indicação, que é no ano do Partido dos Trabalhadores, e o Partido
dos Trabalhadores está compartilhando esse espaço. Obrigada, Presidente.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Presidente,
Delegado Cleiton, quero agradecer o tempo cedido da Liderança de oposição e
desejar uma profícua gestão da Liderança de oposição ao Ver. Adeli,
cumprimentando a Ver.ª Sofia que nos deixa nessa tarefa importante de Liderança
de oposição. Que tenhamos uma profícua oposição nesses dois meses restantes até
o final do ano.
O SR. ADELI
SELL: Obrigado.
Queria agradecer ao meu partido, o PT, ao PCdoB e ao PSOL pela indicação. Vou
cumprir essa tarefa e dizer à base do Governo, o partido da situação, que nós
vamos ter um amplo diálogo, mas seremos duros nas cobranças.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Em nome da Mesa, saudamos o Ver. Adeli. Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 15h51min.)
* * * * *